domingo, 5 de agosto de 2012

um navegar impreciso que dispensa a razão da agulha que sempre aponta o norte. acabo por me perder voluntariamente através curvas negras que seus cabelos tecem, para logo depois, ao acordar da noite fria, na qual julgava navegar sozinho, encontrar o calor que seu abraço traduz como palavras de conforto. juntos deixamos o outrora, juntos vislumbramos o que há de ser. juntos. deixando o vento soprar...

terça-feira, 3 de julho de 2012

aquilo que não tem nome, inexistente é. com essas palavras, cravou-se a urgência de nomear o recém-nascido. por horas a fio, os 45 parentes presentes à sala da velha casa cogitaram os mais diversos nomes: teovaldo, henrique III, damião, petrônio ou ainda clóvis. apesar dos esforços, apenas um consenso: dali não sairiam sem um nome abençoado que lavasse, de uma vez por todas, o fardo de inúmeras gerações em desgraça.

sábado, 2 de junho de 2012

por mais que o ruído do metrô se aproximando anunciasse o fim da relação entre os dois e a composição levasse a presença física dele pra longe, no fundo, ambos compactuavam em silêncio que o sentimento ficava.

sábado, 14 de abril de 2012

da distância que configura as possibilidades, preenche-se cada intervalo de espaço existente com uma leve melodia carregada nos sussuros. espera-se que no suave repouso de cada nota em seus ouvidos, tenhamos a reconfortante certeza de que não tarda o encontrar.

terça-feira, 20 de março de 2012

respira fundo, é só saudade.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

um pequeno casulo, um útero vegetal, protege em seu interior o sonho de um voo, o qual repousa desde sempre e espera o momento onde sua forma estará definida possibilitando o rompimento. respirando, o sonho vai resistindo à todas as mudanças de estações, primavera-verão, outono-inverno, tomando forma calmamente, pois, de alguma forma, ele sabe que o momento da luz invadir o casulo vai chegar. pode tardar, mas chegará.

domingo, 18 de dezembro de 2011

de novembro, guarda-se o silêncio, o poema e o pedido.